"Eis que sou um andarilho, mordido e devorado pelo veneno dos dias perdidos, solto na noite nostálgica de tempos de outrora. Eis aqui um peito sofrido pela sabor amargo da derrota. Se um dia fui o que eu sou, espero ser em breve o que deveria ser. Ombros pesados pela responsabilidade de se reverter o que sempre eu fiz questão de não escutar. Posso ser um melo melancólico, mas o que resta quando na estrada da vida as pessoas te ultrapassaram ? E o seu ego se desvai como farfalhar de folhas no outono ?
Cofiança é como o fruto que se engole sem mastigar. Ela te faz errar e ser errante, contra a corrente, excetrencidade egocêntrica. Pior que a dor da derrota, é o sabor amargo da perda, inerente a felicidade alheia e ao bem-estar material. Me resta o meu espírito, este é límpido e lívido. Irrequiesto nunca satisfeito, te guia em dias obsoletos. Ler é a cura, a alternativa para descansar dos seus dias de luta.
O tempo, o tempo, fogo que lhe consome as entranhas, nuvem negras da tempestade, bufada de saudade. Sinto-me fraco, choque de realidade ao extremo, minha luz fosca se torna em vácuo opaco. Sinto meu sangue se bulinar, a família se desvirtuar, e o sorriso ora dissmiulado, ora em ext, emremo, sem cessar. Talvez seja o desespero que os poetas falam, no entanto, minhas vozes nunca se calam, transgride o universo, como energia. Eis, que surge o menestrel, cantando suas lástimas, e se deleitando da platéia lacônica, e da sua vida, salpicada de ironia..."
Detalhe: Estou tomando uma bohemia gelada, curtindo uma versão ao vivo, da música "bartender" do Dave Matthews Band, em Nova York. Na casa do meu irmão, sinto o sangue pulsar nas veia, ele cozinha enquanto eu escrevo, nesta estranha corrida contra o tempo.