sexta-feira, 5 de outubro de 2012


Solidão Inveterada

Apaixono-me todos os dias, pelas estrelas, os sorrisos, o luar
Pelas cores urbanas, pelas árvores, ou o vibrante brilho do seu olhar
Divago-me há alguns dias, sobre a forma correta de expressar, este lírio surreal do gostar
Uma ponte temerosa, melindrosa está entre nós, cabe, a eu, ter o atrevimento de atravessá-la, ou cairei no rio em busca da sua foz.
Se, nadarei em busca do ar, em meu âmago se afogar, nesse fluído delirante de amar.
Perco-me na indelével batalha de ser, quando a meu ver, meu eu só concretiza em teu ser, a meu ver, quisera-eu poder me desvencilhar, sem minh´alma corroer.
Frustro-me quando atento percebo, mais um amor sem espaço no peito alheio, ou uma colheita irrisória no campo de centeio. Sem pão dessa vez, sem alimento, mantimento.
Creio que não seja, solidão inveterada... Inocência demais para cair nessa roubada....
Apaixono-me todos os dias, já me resignei nesse sentido, sou racional só para escrever ou tentar dar vazão, a esse calor em meu peito. 


segunda-feira, 17 de setembro de 2012


Há tantos fragmentos ofuscados na masmorra da alma nesse frágil castelo da vida encrustado no reino da existência. O primeiro tombo de bicicleta, festa de aniversário com balões e decoração de personagens fictícios, doces, correria, pulos, brincadeiras, os parabéns. O sanduiche na lancheira, os piques (esconde, pega), as palmadas e os abraços caloroso e eterno dos pais. As árvores e paisagens passando rapidamente em uma viajem na estrada, a família reunida no almoço de domingo, aquele cachorro que dormia ao seu lado. Os pesadelos, os jogos de futebol, as competições de natação, a hora do jantar (sem atrasos por favor). A partida do seu colega sem volta, a timidez com as meninas, o caiu no poço na rua do bar. As aventuras na mata, os dedos ensaguentados depois de chutar o asfalto numa brincadeira descalço, a tacada fatal do beti. O pé de jambo na porta de casa, o da mangueira na casa da vó, o quartinho arrumado e organizado com as ferramentas do avô.  A horta e o galinheiro. O clube do lado de casa. As brincadeiras na chuva, o primeiro soco na cara, o primeiro beijo seguido de um acanhado sorriso iluminado.A hora certa de voltar para casa. O primeiro “eu te amo” amando. O primeiro cd de rock, a primeira queda do muro ou da árvore. O aviso mortal da diretora da escola. “Vou ligar para os seus pés”. O coração acelerado e respiração ofegante quando a menina do olhos lindos vem para perto de ti. O boletim com nota vermelha....O dia em que seu amigo vai embora e vc não entende porque, e vários se vão e o porquê ainda sem solução. A adolescência longe dos pais, destemida, pulsante e tola. O porre de vinho depois da prova. O show com aquela galera de preto e estranha, mas estranhamente não te olha como estranho. As longas caminhadas rasgando a capital e rompendo as suas fronteiras. A dor do amor, o amor sem dor, e a mulher que nunca vais se esquecer. Os livros de cabeceira, a coleção de cd´s, as responsabilidades. A busca frenética pela auto-realização, imponência e respeito. A vez que seu amigo te deixou na mão, o medo e insegurança do desconhecido, o frio de uma noite de junho. O dia em que se olha no espelho e se acha hipócrita, impotente e lúgubre. E a vida vai tecendo o seu novelo implacavelmente, pessoas vão e vão outras ficam. Algumas dão tchau e outras tu é obrigado a dizer adeus.  As viagens rumo ao desconhecido, a natureza, e a contemplação. A tristeza resignada no peito, e a frequência de porres com o passar da idade. A intensidade das emoções e a frieza das atitudes. Os filmes, os signos, os autores, as músicas que marcaram.  No final das contas, somos na verdade, chagas e alegrias que marcamos no tempo, e não o contrário, como se parece. Somos o que devemos ser e o que queremos ser: Espíritos Aventureiros buscando preencher o rombo que a mudança provoca toda vez que sorrimos, choramos, lamentamos, aprendemos,  e  seguimos o nosso coração cada vez mais segmentado pela razão.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Ando pelas ruas sujas e ingratas


Distorcidas pela obsolecência e vaidades

Ignorado pela horas que passam

Em busca das verdades



... ... A cada sorriso e gentileza

Uma grata surpresa

E as vezes vem a cabeça...

Existe um viés com certeza



A contradição aparece, quando em troca

de um "bom dia ou tarde ou noite"

Um stress e uma ignorânca

Que beira um açoite



E assim se leva os dias

Um teste de paciência

Para quem se busca nessa má vontade toda

Um pouco de excelência



Se posso ter certeza nessa vida

È uma só

O maior ofício é ter garantias

Para uma existência pacífica

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Tem coisas

Tem coisas...


Tem coisas que acontecem

E passa “despercebido”

Passa o tempo, o reconhecimento é devido

Tem coisas que grilam

E fica garantido

Passa o tempo, não é mais narciso


Tem coisas incríveis

Nelas ficam visíveis

Que a vida é mais do que itens perecíveis


Tem coisas chatas

São pragas ingratas

De lamúrias passadas


Tem coisas do tempo

Não tem remendo,

È a eternidade do momento


Tem coisas sinistras

Essas não passam despercebidas

Sua alma... Encafifada

domingo, 24 de julho de 2011

Poesia


Tédio Astral

Silêncio horrendo de uma monotonia soturna
Entregues ao apego da carência
Frenesi  insolente que me apavora
A inércia me traz dormência

Impulsos generosos de melancolia
Os olhos se esfregam em demasia
Ardilosa névoa seca, me dá sede inocência
Tentativas em vão de um imediato alívio
Por ventura, estou em meu abrigo
Contudo me vem aquela lembrança
Dos dias da bonança

Despretensiosamente me vejo sorrindo
E uma luz invade o breu que estava
Meu tédio  astral que lá se encontrava
E meu espírito em mim brilhava
               
                                               Segunda 25 de Julho de 2011 01:03 

terça-feira, 19 de julho de 2011

Sempra na retaguarda...

Pra começar...

Pra começar é essa  são pros irmão
a qual são minha família nessa Goiânia fria
E me ensinaram um pouco de tudo e filosofia
E quem tem dom canta de coração

Somos um povo muito esquisito e depravado
Cada um segue seu rumo pra cada lado
Depois de roubar toda a bondade do seu aliado
Aquele que um dia tava quando mais cê precisava, podecrê
È mas não tenho nada com isso,  e não é do meu compromisso
Ser alguém que dexa de lado meus lado pra dar um ombro amigo
Ser egoísta que é a virtude, e tampouco me importa boa atitude
Quero mais é ter grana, fama e mulher, ter  o mundo aos meus pés
E ter muito paga pau, sabe como é...
È meu chapa, só que o destino me pregou um peça
To no fundo do poço e o que me resta ?
Nada mais do que arrependimento  e uma saudade indigesta
Daqueles que um dia me confiaram sua parceiragem
E eu os trai na maior crocodilagem
Achando que era um fora de lei..como um rei que tem muitos traidores..
na verdade eu que fui um dos delatores..
Esperei o momento certo pra destilar o meu veneno
E agora tudo isso passa na minha mente e ta doendo
A solidão da qual sempre fugi, hoje me desafia e acho que perdi.
Mais to ligado que há tempo de se regenerar, e pra isso eu vou cantar..
Amizade! Força interior !  Chega ae meu chapa por favor!
Vamo que vamo não pode parar! Tá todo o bonde a cantar
Amizade! Força Interior! Chega ae meu chapa por favor!
Cada um sabe o seu lugar, quando tem um brother pra te acompanhar!

Tenho medo até da minha sombra
Depois dos vermes que conheci e me deram até lombra
Os cara te olhando com olhar sanguinário
Pronto pra te derrubar...otário!
Não se liga não pra tu ver, o bagulho é mais sinistro
Do que se pode imaginar.. quando sozinho na guerra tu ta

Mas é aí que entra o seu legado, e dá os toque no chegado
Abrindo os olhos do pobre coitado! Vacilão! Acorda pra vida cara!
Quem mandou tu não honrar as própria calça ?
Essas ruas sujas e sinistras da nossa capital
Em busca de um brau, que te possa amenizar
Esse sofrimento que a solidão te dá..
Mas eu não preciso mais disso! Tenho a quem confiar!
Que são meus chegados do bueno, setor sul, coimbra e bella vista!!
Foi por onde eu andei, e muitos parceiros lá eu formei
Sempre com respeito e consideração! Zelando pela auto-estima dos irmão!
Minha família quase não tenho mais, ta cada um entocado nas suas lutas astrais
Então foi aí que eu entendi, são meus brothers que me dão o que eu perdi....
Amor Carinho e Respeito! O resto eu corro atrás e tenho feito
No futuro quando tiver mais responsa! Serão dos amigos que terei mais honra!

Amizade! Força interior !  Chega ae meu chapa por favor!
Vamo que vamo não pode parar! Tá todo o bonde a cantar
Amizade! Força Interior! Chega ae meu chapa por favor!
Cada um sabe o seu lugar, quando tem um brother pra te acompanhar!

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Ossos do Ofício

Estava prostado em frente ao computador, havia um tempo considerável. Estava quente e abafado. Suava pelas têmporas em abundância, seus olhos corriam afoitos pelas teclas buscando formar e surgir palavras em sua exausta mente. Coçava a nuca, alongava e estalava as mãos e os dedos, limpava o suor da testa. Sua perna direita tremia incessamente. O quarto em que se encontrava não era dos melhores para se obter inspiração, entretanto, a clausura lhe trazia ébrios instantes de lucidez lívida que transformados em textos trouxeram-lhe bastante notoriedade. Contudo, isso é passado. Seus seguidores eram radicais e ávidos pela sua obra. A pressão crescia em medidas inversamente proporcionais a produção de seus textos. Eram de diversos conteúdos e de gêneros diversos, passeando por uma crônica romântica de casais apaixonados ou a uma crítica ácida de algum filme lançado sobre fadas, vampiros ou lobisomens. È nítido que é uma forma ingrata de se viver, pois não é todo dia que se escreve algo consistente e concreto, vários escrevem muito e não dizem nada, outros, em uma frase, quebram paradigmas verbais e comunicáveis. Eram exatos dois meses desde seu último post. E novamente ali, no seu habitat quase que ideal, quarto, computador, cadeira, cinzeiro, ele se sentia pesado e derrotado. Escrevera um monte de pensamentos, palavras, sensações, sentimentos que via a mente, finalmente. Porém, não se pode vangloriar desse ato: escrevia primeira com o coração e depois utilizava a razão para dar-lhe significado. Se a boca fala do que o coração transborda, o mesmo não poderia se dizer de escrever, ainda mais sobre as dores do mundo. Ainda estava quente e gotejava de suor, agonizava em sua inércia e improdutividade, coçava tanto a cabeça que já sentia a irritação. De súbito, lhe veio a mente fumar. Hábito horrendo, mas que lhe trazia um alívio imediato. Riscou o fósforo, acendeu, deu o primeiro trago, tirou os óculos, massageou os olhos, sentiu aquela sensação de bem estar e conforto e pensou: - Pronto, a hora é essa. Mas quando abrira os olhos a realidade nua e crua era como um navalha fria e afiada na jugular. Um trago, outro, mais um cigarro, escutava uma música e nada, simplesmente nada. Começou a entrar em desespero, palpitava, suava a frio, suas pupilas dilataram, olhava para as paredes, elas pareciam girar e tremer, como num desenho dos anos sessenta, sentiu o quarto se fechando cada vez mais, sua respiração disparou, queria fechar os olhos, mas não conseguia, o quarto fechava cada vez mais,  uma masmorra, pensava ele. Um grilhão nas pernas? Não sabia, não tinha idéia, nem luz, tão pouco saída, o quarto se fechava cada vez mais, como em um efeito. Teve um acesso de histeria e deu-se a grunhir e risadas abissais. Era o começo o fim. Teve um lampejo de lucidez e se recompôs. Calmamente as coisas iam voltando para o seu devido lugar. O quarto já não se fechava mais, tão pouco sentia aquela ansiedade explodindo no seu âmago. A respiração galgava em ritmo normal e compassado.
“Pronto, o turbilhão passou, foi só mais um acesso. Onde está os meus remédios ? Isso dá um ótimo post!” Pensou.
 Desembestou a escrever e a sorrir, acendeu mais um cigarro e o fluxo foi seguido naturalmente